9/20/2010

E montou-se a festa: acção social na Nicarágua, Verão 2010









Os computadores
O Director da Escola de Ometepe pediu-me, no ano passado, um computador para a direcção e as maravilhas da comunicação fizeram o resto: um post no Facebook e numa semana conseguimos três! Tudo graças à Raquel, à Vilma Harten e ao José Lopes, aos quais agradeço em nome do Director, a sua boa vontade e preciosa ajuda nesta acção.
Na próxima vez contamos levar mais computadores de forma a termos os suficientes para poder dar aulas de informática (há um professor capacitado para tal) e preparar os alunos para a anunciada chegada da internet. Garanto que não fui mordido pelo bicho do socrático "choque tecnológico", mas num “pueblo” com centenas de alunos e sem uma única biblioteca, o acesso à informação é uma enorme mais-valia que implica para alguns alunos, uma viagem de três horas de autocarro ao ciber mais perto.



A mesa
A mesa que construímos em Janeiro também foi pintada, com cores garridas para animar os estudos, umas patrióticas bandeiras de Portugal nos bancos, e claro, o logo da Nomad!


(foto João Pereira)



(foto João Pereira)

(foto João Pereira)


(Nesta fotografia os alunos exibem garrafas de plástico cheias de plásticos que foram recolhendo e que iremos usar para o enchimento da próxima mesa. A Paula Neto trouxe um saco cheio de estojos repletos de material que foram oferecidos às aulas em proporção das garrafas que recolheram.)


(foto João Pereira)

E montou-se a festa
E assim vamos perpetuando esta Descoberta da América Central com uma ajuda directa à população, que nos retribui com enorme sorrisos, e desta vez até uma festa: com direito a banda, "piñata" (foto com o pau) e danças tradicionais. Como dizia o Director, “Na América Central não temos nada, mas quando é para montar uma festa, nisso somos rápidos!”.


E nós agradecemos.

(foto João Pereira)


(foto João Pereira)
(foto João Pereira)
(foto João Pereira)

 

9/01/2010

Os três milagres do vulcão Pacaya




As notícias chegaram cruas e distantes, no passado mês de Maio via telejornal: o vulcão Pacaya entrara em erupção com trágicos resultados: um morto, dezenas de desalojados, o aeroporto fechado e toda a capital coberta por uma espessa camada de cinzas. O morto foi um jornalista que fez a cobertura tão em cima do acontecimento que levou com uma pedra na cabeça. “Un loquito” comentam os guias quem conhecem bem o vulcão e as suas erupções.

Três meses depois fomos ver com os próprios olhos os restos desta notícia, pelas mãos do David, o filho de um dos donos dos terrenos no sopé do Pacaya.

David, o nosso guia

Estamos em época de chuvas, a natureza explode de cor e num vasto manto verde, rompem tremendos rios de lava já seca mas ainda fumegante do calor do seu interior. Toneladas e toneladas de pedra que tornam qualquer arranha-céus do Dubai num ridículo capricho do homem. Aconteceu tudo em 3 dias.

“Evacuámos a casa em duas horas. Levámos portas, janelas, tudo. Onde o vulcão passa não fica nada.”- conta-nos David. “Mas Deus não nos quis levar a casa, e o rio de lava passou perto mas ao lado.”. Um pouco mais à frente, o nosso guia aponta-nos para um arbusto que ficou a um pequeno palmo de onde parou outra torrente de lava.”Aqui uma senhora pendurou um crucifixo e juntámo-nos várias vezes a rezar juntos. Acreditem ou não, foi aqui que a lava parou.”

A família de David, para além do enorme susto ainda perdeu inúmeros hectares de terreno, alguns serviam de pasto, outros para plantações de ananás.

“Só daqui a alguns séculos é poderemos plantar aqui, mas a lava é bastante fértil sabiam?! O engraçado é que eu e a minha irmã quisemos há pouco tempo fazer uns bungalows para trabalhar com turistas mas recusaram-nos o crédito bancário. E de repente Deus trouxe-nos os turistas. De graça, de um dia para o outro.

Este é um apanhado do relato do David, que começou tudo dizendo que "Nós somos católicos, e para nós esta foi a erupção dos três milagres.” Para mim foi mais uma lição da América Central que com a sua história conturbada e natureza extrema, que consegue rapidamente transformar uma catástrofe em três milagres.